Luxor – A cidade de Amun-Ra

O nome Luxor vem do árabe, “Al-uqsur”, que significa “os palácios”. Seu nome antigo era Tebas, a capital do Alto Egito. Luxor é a cidade que integra nosso imaginário quando pensamos no Egito. O maio símbolo do país, a pirâmide de Guizé, está no Cairo, mas filmes que mostram as cidades dos faraós, homens egípcios esculpidos em paredes, túmulos, múmias, se inspiraram em Tebas. Qualquer viagem ao Egito que não inclua Luxor apenas raspará a superfície desta civilização fascinante. Foi na 11ª dinastia que a Tebas começou a ganhar proeminência no reino, mas seu auge foi entre a 18ª e a 20ª dinastias. Os passeios de Luxor tradicionalmente dividem-se em visitas à margem ocidental do Nilo e à margem oriental.

Na margem ocidental:

Templo de Luxor

Templo de Karnak

O museu de Luxor e de mumificação

O histórico Winter Palace Hotel (Sofitel)

 

Na margem oriental:

Vale dos Reis

Vale das Rainhas

Tumbas dos nobres

O templo mortuário de Hatshepsut

O palácio de Amenófis III

E os colossos de Mêmnon

 

Margem Oriental

 

Vale dos Reis

Vale dos Reis guarda os maiores segredos de todo Egito. Aqui foram construídas as tumbas dos faraós por 500 anos, dos séculos XVI ao XI antes de Cristo. Atualmente, são conhecidas 63 tumbas, sendo que as últimas duas entradas de tumbas foram descobertas em 2008. O trabalho de egiptólogos e arqueólogos continua intenso por todo Egito, e, principalmente, na margem oriental do Nilo. A contribuição de arqueologistas ingleses foi marcante na história egípcia, mas a impressão que tive foi de que alemães estão investindo pesado em toda região.

O tamanho das tumbas são proporcionais à longevidade do Faraó e seu tempo de governo. Ao assumir o posto de Faraó,  encomendava o início dos trabalhos de construção da sua “casa para eternidade”. Via de regra, mais importante e longevo o Faraó, maior sua tumba. Infelizmente não poderei comprovar esse fato em fotos, uma vez que tirar fotos dentro do complexo é proibido. As poucas fotos que tenho renderam alguma dor de cabeça com os seguranças.

Cada ingresso do Vale dos Reis, dá ao visitante direito de entrar em 3 tumbas. Das 63 encontradas, apenas 18 podem ser visitadas por turistas, mas raramente todas ficam abertas. O governo egípcio faz uma alternância de tumbas para diminuir o impacto dos turistas.  O ingresso para visitar a tumba mais famosa, a de Tutankhamun, é opcional e cobrado separadamente.

Chegando no Vale dos Reis, pegamos um trenzinho que leva até a entrada principal.

Uma vez dentro do Vale dos Reis, temos uma estrada aberta para facilitar o deslocamento de trabalhadores e turistas e as tumbas nomeadas e numeradas.

Vista geral do Vale dos Reis

Dentro das tumbas encontramos corredores e câmaras adornados por desenhos. Os desenhos e as figuras servem para orientar o morto na transição. Segundo as crenças naquela época, a vida e a morte, o dia e a noite compartilhavam semelhanças. Durante o dia, o deus sol, Amun-Ra, enfrentava 12 macacos para atravessá-lo e 12 macacos para enfrentar a escuridão e conseguir renascer. Por isso, era imprescindível saber enfrentar os 12 macacos da escuridão para renascer.  Esse “guia” de como atravessar a escuridão para conseguir voltar era orientado pelos sacerdotes. Junto do Faraó, todos seus pertences em vida eram levados à tumba, já que precisaria de tudo no momento de seu retorno.

Ao londo do reinado, o Faraó construía sua tumba, mas nunca sabia quando iria morrer. Em momentos de enfermidade, os trabalhadores começavam a escavar a câmara funerária. Se o Faraó sobrevivesse, voltavam a escavar o corredor, aumentar e aprofundar a tumba. Em caso de óbito do Faraó, teriam 70 dias para finalizar a câmara funerária.  É o tempo necessário para os procedimentos de mumificação. Justamente por isso, as tumbas têm uma aparência de inacabadas mesmo quando lacradas após o funeral do Faraó. Infelizmente, não posso mostrar isso em fotos, pois estão proibidas dentro e fora das tumbas.

 

Templo mortuário de Hatshepsut

 

Também conhecido como Djeser-Djeseru, está ao lado do Vale dos Reis do outro lado da montanha. Hatshepsut certamente foi a mulher de maior influência do Egito em seu tempo. A sociedade patriarcal proibia mulheres de serem Faraós, até que surgiu essa mulher com uma habilidade política inigualável. Houve na primeira dinastia um caso parecido com Merneith, mas Hatshepsut administrou o Egito em um dos seus períodos mais prósperos, ganhando muita fama em seu reinado de 22 anos.

Diferente das cavernas que encontramos no Vale dos Reis, este templo foi construído para impressionar os visitantes e para permitir a veneração da mulher Faraó.

Grande parte do templo está restaurada, mas o corredor de esfinges que leva a sua escadaria praticamente não existe. Resta uma esfinge reconstruída.

Subindo as escadas, temos na fachada principal do templo estátuas de Hatshepsut. Os detalhes mostram os tecidos de mumificação enrolando as pernas da Faraó, assim como o mangual e o cajado de Osiris em suas mãos. Juntos da barba, toda simbologia indica que é um templo funerário, pois indicam que se trata de um Faraó morto.

Dentro do templo encontramos um pátio e o local onde foi sepultada.

A vista de cima das escadas mostra a região árida e a importância do rio Nilo na sobrevivência de todo país desértico. O rio Nilo traz o verde e a vida. Nas cidades em suas margens é fácil esquecer que estamos no Saara.

Aos pés da escada, um par de gaviões guardam o templo.

Quem gostou do templo de Hatshepsut, pode visitar sua dona em carne e osso no museu do Cairo. Sua múmia foi encontrada e está aberta a visitação.

 

Colossos de Mêmnon

Os Colossos de Mêmnon são gigantescas estátuas do Faraó Amenófis III da XVIII Dinastia. Essas gigantescas estátuas de 18 metros de altura e de 1300 toneladas, guardavam o templo mortuário do Faraó na necrópole de Tebas. Tudo veio ao chão no fortíssimo terremoto de 27 A.C., o terremoto que mais destruiu templos e construções em todo Egito.  Ao lado de suas pernas, temos uma estátua menor da mãe do Faraó, Mutemuia.

 

Margem Ocidental

 

Templo de Luxor

Construído ao redor de 1322 A.C, sua construção começou com Amenhotep III e foi até o reino de Tutankhamun e Horemheb. Foi ampliado por Rameses II e 1000 anos depois, em 305 A.C., teve uma câmara construída para Alexandre o Grande. Sua função era religiosa e com a chegada do cristianismo, foi convertido em igreja. Com o passar do tempo, foi abandonado e enterrado pelas areias da cidade de Luxor que cresceu sobre suas construções. Isso fica claro quando vemos a mesquita que foi construída sobre parte do tempo e hoje continua aberta a visitação.

Por fora, a paisagem que domina é a avenida de esfinges com seus 3 quilômetros que  vão do templo de Karnak ao templo de Luxor. Felizmente, essa avenida está sendo escavada e restaurada e será entregue ao público em 2020.

Em sua fachada, temos o famoso obelisco de 25 metros de altura. Na construção original eram dois, mais o segundo   foi presenteado à França e está na Place de la Concorde, em Paris.

Atrás do obelisco, temos duas torres de 24 metros de altura que protegem a entrada do templo.

Duas estátuas gigantescas de Ramses II guardam a entrada do templo. A simbologia do chapéu que Ramses II veste significa a união do Alto (Tebas/Luxor) e do Baixo (Cairo) Egito. Significa que eram governantes de todo território.

Esta é a mesquita construída sobre o templo

Os pilares acima e abaixo imitam flores da planta de papiro.

Já nesta foto, são feixes da planta de papiro.

Estas fotos panorâmicas mostram a grandiosidade do interior dos templos. O que hoje é feito apenas de pedras, antigamente tinha uma capa com desenhos coloridos, mostrando imagens e símbolos do Faraó e do país.

Na foto abaixo, vemos como Alexandre, o Grande fez questão de integrar sua imagem às tradições egípcias. Do lado direito temos o deus Amun-Ra com o falo em riste e do lado esquerdo Alexandre, o Grande. A leitura da imagem mostra que Alexandre é descendente direto do deus, uma vez que veio de seu esperma (indicado abaixo). Notem que esse desenho de 300 antes de Cristo representou o espermatozoide com cabeça e cauda, exatamente como conhecemos hoje. Ao se mostrar descendente de Amun-Ra, Alexandre se gabaritou para governar o reino egípcio.

Nas duas fotos abaixo, temos algumas imagens cristãs que foram sobrepostas sobre as originais.

 

Templo de Karnak

O complexo de templos de Karnak, ou o templo de Karnak, foi o maior templo de todo Egito. Sua construção levou 2 mil anos e o deus venerado foi Amun-Ra, o deus do Sol. Em todo mundo existe apenas um complexo de templos maior, Angkor Wat, no Camboja.

Sua entrada, pela avenida das esfinges, está repleta das esfinges de carneiros.

Seu ambiente de maior impacto é recinto de Amun-Ra e suas altíssimas pilastras que, até hoje, exibem em algumas partes as cores originais. Nas fotos abaixo, vemos que parte do teto conseguiu sobreviver, justamente as áreas que mantiveram suas cores mais preservadas. O contraste das colunas com os turistas mostra como são realmente altas.

Aqui temos um curto vídeo do interior do templo com seus obeliscos, estátuas e esfinges. As colunas também imitando feixes de papiro e flores de papiro.

A certa altura da visita, encontramos algumas pessoas dando voltas ao redor de um bloco de granito com um escaravelho em cima. Segundo a crença local, quem der 3 voltas pode fazer qualquer pedido que será atendido.

 

Esses são os principais pontos que qualquer visita a Luxor precisa incluir. As explicações dadas pelos guias, em loco, são infinitamente mais completas e nos fazem voltar no tempo. Como o turismo é uma das atividades mais importantes para o Egito, encontramos guias em todos idiomas. O português não é exceção. Visitar o Egito exige acompanhamento de um guia local para tudo. Além de a grande maioria ter um conhecimento profundo, pois estudaram turismo e egiptologia, os guias são dedicados e fazem tudo que puderem para agradar os visitantes. Além disso, fazem todo o trabalho burocrático exigido pelo governo egípcio para as visitas acontecerem sem percalços.

 

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