Executiva Alitalia

 

Avaliação:

Voo: Alitalia  AZ674

Rota: Roma-São Paulo (FCO-GRU)

Classe Executiva

 

Para quem gosta de aviação e de voar, a ansiedade para experimentar uma companhia aérea pela primeira vez é sempre forte. Alitalia não tem fama positiva no mercado, mas após ter 49% das suas ações compradas pela Etihad, muitas mudanças foram feitas em seu serviço de solo, assim como no equipamento lá no céu. Então decidi entrar com um pensamento tábula rasa para tomar minhas próprias conclusões.

A primeira impressão foi agradável. As cores do estofado, mesmo puxando para o dourado (amarelo mesmo) não agrediam a vista. Pelo contrário. Conseguiram harmonizar um ambiente feito para passageiros descansarem e, de preferência, dormir, usando amarelo. Designers italianos realmente conseguem chegar próximo do impossível. Considerando que as os assentos são feitos pela Poltrona Frau, praticamente a Gucci-Bulgari-Prada de estofamento italiano nos ares (vide First Class A380 Etihad e Qatar) assim como em terra (vide os simplórios carros da Ferrari) a expectativa aumentou.

 

 

O kit de amenidades também não decepcionou. Ainda que o perfuminho seja tão pequeno que praticamente não dá para perfumar uma criança, a bolsa Bulgari e os creminhos (notem o diminutivo) fizeram uma ótima impressão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O espumante Ferrari Maximum, não é champagne, mas está sempre entre os melhores da Itália e o preço é, às vezes, maior que uma champagne. A Alitalia trabalha com produtos italianos de muita qualidade e está de parabéns por isso.Aliás, a carta de bebidas, vinhos e cervejas não decepcionou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E para nós brasileiros, loucos por Aperol Spritz, lá estava ele entre os aperitivos italianos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Infelizmente, a parte mais positiva da experiência com a Alitalia termina aqui. Ainda que visualmente agradável, o serviço de jantar foi, digamos, visualmente melhor que no paladar. Não me agradou tanto assim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lindo, não é? Talvez faltou a adaptação dos sabores para um ambiente de avião, uma vez que os sabores ficam alterados lá nos 40 mil pés de altitude. Achei bom, mas faltou sabor.

Quanto à poltrona em si, ela é realmente muito confortável. Total flat bed e o espaço para os pés, ainda que afunilando, foi suficiente para me revirar na poltrona enquanto dormia. Nota 8 para a poltrona, porque as notas 9 e 10 só voando de primeira classe mesmo. O voo é muito confortável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reclamar seria injustiça com a empresa, MAS não posso dizer o mesmo do equipamento de entretenimento. Minha sorte foi ter baixado toda a série “The Crown” no celular. Nada funcionava na minha poltrona. Quando digo NADA é NADA. Nem a luz principal conseguia acender. O controle remoto estava morto. O controle da poltrona (logo acima do controle do equipamento de entretenimento) estava funcionando perfeitamente, foi minha sorte.

 

 

 

 

 

 

Se fosse um voo diurno, teria sido um suplício. Mas um voo noturno com o “The Crown” bombando no celular, não fez falta nenhuma. E também sei que não fui o único com problema no equipamento de entretenimento não. A poltrona do outro lado também estava com “blackout” do entretenimento e o pior, sem nada para assistir. Fui literalmente salvo pelo Netflix (não é jabá, é a pura verdade).

Para os passageiros sortudos que conseguiram assistir alguma coisa durante o voo, a Alitalia oferece fones de ouvido com noise-cancelling.

 

 

 

 

 

 

Chegando em São Paulo, literalmente chegando, já que achei que nem daria tempo de servir o café da manhã, foi servido o café da manhã. Diferente do serviço de jantar, o café foi servido de uma só vez, correndo, e em uma bandeja.

 

 

 

 

 

 

 

 

O melhor do café da manhã foi, para mim, o café expresso Lavazza que tiram na hora. Tem até um menu de café. Italiano realmente leva a sério o tiro de cafeína.

 

 

 

 

 

 

Para terminar, vale a pena mencionar que a tripulação se mata durante o jantar. Servem prato por prato e o cansaço fica estampado na cara da tripulação, mas durante o voo simplesmente desaparecem. Pode apertar o botão de chamada da tripulação até cair o dedo ou acordar a cabine inteira com o “plim-plim-plim” que faz e ninguém aparece. Queria ver um tripulante da executiva da Alitalia trabalhar 1 voo só da Qatar Airways São Paulo-Doha. Acho que saltaria de paraquedas sobre a África para não ter que enfrentar tanto trabalho.

 

Resumindo: Das 12 horas dormi 8 e cheguei muito bem em São Paulo. A poltrona e a carta de bebidas (muitas vezes em sintonia) proporcionam uma noite muito bem dormida a bordo. A tripulação e as refeições não considerei tão memoráveis assim.